Continuamos com a publicação da segunda parte da serie que foi divida em três partes sobre a blockchain, dessa vez explicaremos os princípios básicos do trabalho da mesma. A primeira parte deste manual pode ser encontrada aqui. Hoje vamos dar uma olhada no conceito de um nó, a ideia de descentralização, a segurança e o uso da blockchain.
Rede de nós
O bloco é uma rede dos assim chamados nós computacionais (nós).
Um nó é um computador conectado a uma rede de computadores do bloco usando um cliente que executa a tarefa de verificar e transmitir transações e também recebe uma cópia do bloco que é baixado automaticamente quando conectado à rede.
Juntos, eles criam uma poderosa rede de segundo nível, uma visão completamente diferente de como a internet pode funcionar.
Cada nó é também um “administrador” do bloco, e se junta voluntariamente à rede (neste sentido, a rede é descentralizada). No entanto, cada um deles tem um incentivo para participar da rede: as chances de obter Bitcoin.
Os nós, você pode pensar, “criam” Bitcoins, mas este termo não é inteiramente correto. Na verdade, eles competem entre si para obterem um bloco do Bitcoin, resolvendo enigmas computacionais.
De acordo com a ideia original, o Bitcoin foi à motivação para a criação e existência da blockchain. Mas, agora, ele é reconhecido como sendo apenas a primeira de muitas aplicações possíveis para essa tecnologia.
Já existem cerca de 700 criptomoedas semelhantes ao Bitcoin (tokens negociados em corretoras de criptomoedas). Além disso, muitas outras aplicações potenciais do conceito de blockchain estão atualmente em operação ou em desenvolvimento.
“O Bitcoin tem a mesma propriedade que uma máquina de fax tinha. A existência de apenas uma máquina de fax não tem uso. Mas se todo mundo no mundo tem uma máquina de fax, então ela se transforma em uma coisa muito valiosa”, – Larry Summers, ex funcionário do Tesouro dos EUA.
A ideia de descentralização
De acordo com o plano inicial, a blockchain é uma tecnologia descentralizada.
Tudo o que acontece no bloco é uma função da rede como um todo. Isto leva a algumas consequências importantes. Como resultado da criação de um novo método de verificação para as transações, certos aspectos do comércio tradicional podem tornar-se desnecessários.
Transações no mercado de ações em uma blockchain tornam-se quase instantâneas; Ou pode-se fazer um registro totalmente público de contabilidade, por exemplo, um registro de propriedade. E a descentralização já é uma realidade.
A rede global de computadores usa a tecnologia baseada em blockchains para gerenciar conjuntamente o banco de dados de comércio de Bitcoin. O Bitcoin é gerenciado por sua própria rede, e não por qualquer órgão central.
A descentralização significa que a rede funciona de “usuário-para-usuário” (peer-to-peer ou P2P). As formas possíveis de cooperação em massa estão apenas começando a serem exploradas.
“Acho que as redes descentralizadas serão a próxima grande onda de tecnologia”, disse Melanie Swan, autora de Blockchain: A New Economy Scenario.
Quem usará a blockchain?
Tal como acontece com a infraestrutura da web, não é necessário saber como a blockchain funciona para que ela possa ser útil na vida.
Atualmente, a posição mais poderosa no uso desta tecnologia é ocupada por propostas no campo de finanças, como, por exemplo, transferências de dinheiro internacionais. O Banco Mundial estima que em 2015, o valor total enviado em remessas ultrapassou os US$ 430 bilhões.
A blockchain exclui potencialmente um intermediário para essas transações. A tecnologia de computadores pessoais tornou-se disponível para o público em geral após a invenção da interface gráfica do usuário, que tomou a forma de um computador “desktop”.
Da mesma forma, a interface gráfica mais comum desenvolvida para a blockchain são as chamadas “carteiras” – aplicações que as pessoas usam para comprar coisas com Bitcoins, ou para armazenar Bitcoins, bem como outras criptomoedas.
As transações online estão intimamente relacionadas aos processos de identificação de identidade. É fácil imaginar que as aplicações das carteiras serão modificadas nos próximos anos, de modo que incluam tipos diferentes de gerenciamento de identidade.
William Mougayar, autor de Blockchain para o Negócio: Perspectivas, Práticas e Aplicação da Tecnologia da Internet da Próxima Geração, afirmou: “A identificação e a reputação online serão descentralizadas”.
Fortalecendo a segurança
Ao armazenar dados em toda a rede, o sistema de blockchains elimina os riscos que estão presentes se os dados forem armazenados de forma centralizada.
A rede da blockchain é desprovida de pontos centralizados de vulnerabilidade, que poderiam ser usados por hackers de computador. Hoje, os problemas com a segurança na internet são familiares a todos.
Todos nós confiamos em um sistema que usa “nome de usuário e senha” para proteger a nossa identidade e ativos online. Métodos de segurança de blockchain usam tecnologia de criptografia.
A blockchain baseia-se nas chamadas chaves públicas e privadas. A chave pública (uma série longa de números gerados aleatoriamente) é o endereço do usuário no bloco. Bitcoins enviados através da rede são registrados como pertencentes a este endereço.
Uma chave privada é como uma senha que dá ao proprietário acesso a seus Bitcoins ou outros ativos digitais armazenados na carteira. Mantenha seus dados bem guardados, e eles serão eternos. Isso é verdade, embora para proteger seus ativos digitais, você também precisará proteger sua chave secreta imprimindo-a, ou seja, criando a chamada carteira de papel.
Rede de segundo nível
Com a tecnologia de blockchain, a internet adquire um novo nível de funcionalidade.
Usando a blockchain, os usuários podem fazer transações diretamente uns com os outros – em 2016, as transações em Bitcoin movimentaram, em média, mais de US$ 200 mil por dia. Com o aumento da segurança introduzida pela blockchain, o novo negócio na internet está a caminho da secessão com as instituições financeiras tradicionais.
A Goldman Sachs acredita que a tecnologia de blockchain tem grande potencial, especialmente no que se refere à otimização da compensação e liquidação, e também pode atuar como um meio de armazenamento da poupança global – um mercado que acumula mais ou menos US$ 6 bilhões por ano.
“2017 será um ano decisivo para a tecnologia de blockchain. Muitas das startups neste espaço ou começam a fazer um lucro, fornecendo produtos que atendem às exigências/valores de mercado; ou evaporam devido ao fim de seus recursos. Em outras palavras, o ano de 2017 deve ser o ano em que haverá mais vendas de produtos baseados em tecnologia de blockchain e menos falas sobre o fato de que ela é uma poeira mágica que é simplesmente polvilhada em cima de tudo. Claro, do ponto de vista dos consumidores, não ficará completamente explicado como a tecnologia de blockchain funciona de fato, ou mesmo se suas características e funcionalidades tornarão a vida das pessoas e dos negócios melhor. Eu pessoalmente estou familiarizado com uma série de projetos de grande escala com base em blockchain que estão em fase de implementação, e que deverão ser ativados em 2017. Esse será um passo importante para uma maior adoção da tecnologia, uma vez que demonstrará efetivamente sua funcionalidade, saindo de uma vez por todas do campo das promessas “, – George Howard, professor associado na Brown University e na Berkeley College of Music, e fundador da George Howard Strategic.
Continua…
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.