Os bancos estão sob uma tremenda turbulência que vem sendo causada pelas novas tecnologias, e isso pode levar à sua ruína, como aconteceu com a Kodak devido à sua incapacidade de acompanhar os avanços em sua área, adverte o ex-chefe da Barclays.
Anthony Jenkins, ex-CEO da Barclays, e agora chefe da 10X Future Technologies, disse:
Em seu formato atual, os bancos não são econômicos. A única saída para os bancos que desejam ter sucesso no novo mundo é a automação em massa. No entanto, o problema com grandes instituições financeiras é que elas são semelhantes aos museus de tecnologias obsoletas. Honestamente, a este respeito, o setor bancário é único.
Jenkins comparou os grandes bancos ao gigante da indústria fotográfica da Kodak, que ajudou na invenção da câmera digital, mas foi lenta na introdução da tecnologia e, em 2012, faliu. Ele também mencionou a Blockbuster como outro exemplo de empresa que não acompanhou a tecnologia de seu ramo e faliu por isso.
Em um evento dedicado ao impacto da inteligência artificial, Jenkins disse:
Os bancos vão sair do mercado como a Blockbuster? Alguns sairão, alguns perderão lucro e alguns perceberão a situação atual como uma nova oportunidade e terão uma chance de se reestruturarem.
Jenkins trabalhou no Barclays e no Citigroup por 29 anos e liderou o banco britânico por três anos até julho de 2015. No ano passado, ele fundou a empresa 10X, que assessora clientes nas novas plataformas digitais. Em setembro, a startup atraiu investimentos de 34 milhões de libras esterlinas.
Dois anos atrás, Jenkins advertiu que os empregos nos bancos poderiam ser reduzidos pela metade e que as instituições de crédito também poderiam fechar a metade de suas filiais na próxima década.
O CEO da 10X Future Technologies não está sozinho em sua opinião: Gael de Boissart, ex-gerente do Credit Suisse, que atualmente está envolvido em consultoria financeira e de investimento, no mesmo evento expressou uma posição similar:
Para a maioria dos bancos, esse é o “momento Kodak”, mas não para todos. Bancos muito grandes como JP Morgan ou Goldman Sachs ganharão, bem como os muitos pequenos. E aqueles que estão no meio, provavelmente morrerão.
Ele observou que os bancos de grande porte poderão sobreviver devido à sua estrutura, e os pequenos devido à sua capacidade de mudar rapidamente.
De Boissard também apontou a expansão sem precedentes de novas tecnologias que podem ser combinadas e que interagem umas com as outras. No negócio bancário, a inteligência artificial, a Internet e o sucesso serão combinados, o que tornará as contrapartes centrais desnecessárias.
Ele acrescentou que agora, por um lado, os bancos são pressionados por clientes que desejam tudo ao mesmo tempo, em tempo real e, por outro, por acionistas que desejam receber renda de suas ações. O maior problema dos bancos é que, ao olhar para o futuro, eles não conseguem ir além dos estereótipos.
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