Ações da Kodak continuam a crescer no contexto da notícia sobre ICO e acusações de fraude com nova mineradora de Bitcoin.
A Kodak, uma conhecida fabricante de equipamentos fotográficos e lenda da indústria, marcou esta semana com vários anúncios relacionados a criptomoedas. Na terça-feira, a empresa anunciou uma moeda digital, a KODAKCoin, uma plataforma de Blockchain – KODAKOne – e a realização de uma ICO; após isso, suas ações subiram de preço. Mais tarde, a empresa anuniou uma mineradora da marca, que muitos já chamaram de fraude.
KODAK and WENN Digital Partner to Launch Major #Blockchain Initiative and #Cryptocurrency. #KodakCES2018 #CES2018 #KodakCoinhttps://t.co/cRP6SJR1YB pic.twitter.com/7JpdarNQCl
— Kodak (@Kodak) 9 de janeiro de 2018
De acordo com a Fortune, as ações da Kodak começaram a crescer rapidamente quase imediatamente após o anúncio, o que lembra a situação com o boom de dotcoms. De acordo com o Yahoo! Finance, no pico de crescimento, os valores mobiliários da empresa cresceram em cerca de 90% e a capitalização total da empresa chegou a US$565 milhões – US$431 milhões ou 318% a mais que antes do anúncio sobre o início da implementação de tecnologias de Blockchain.
Após o encerramento da negociação na quarta-feira, 10 de janeiro, os números foram um pouco mais modestos, mas não menos impressionantes: o crescimento das ações da Kodak foi superior a 57%, enquanto a capitalização da empresa atingiu US$455,5 milhões.
De acordo com dados da Autonomous Research, a solução atual da Kodak é bastante consistente com a tendência geral: nos últimos anos, 31 empresas públicas já “pularam no trem cripto”; analistas esperam que este ano seja seguido por mais 100. Para comparação, no pico da mania de dotcom, 126 empresas adicionaram o prefixo estimado ao seu nome – das quais 57 o excluíram já no período compreendido entre 2000 e 2001.
Outra surpresa foi a apresentação de uma minerdora ASIC da marca Kodak na CES 2018 – KashMiner. Mais notáveis ainda foram os termos em que a empresa planeja cooperar com mineradores potenciais: aqueles que desejem usar a novidade terão de pagar imediatamente por um arrendamento de dois anos do dispositivo, enquanto a Kodak receberá 50% dos Bitcoins resultantes.
Não é surpreendentemente então, que as reações à novidade variem de “estupidez” a “fraude”.
Kodak is selling a Bitcoin miner where you pay for a two year contract and “make a profit”. (*at current prices, Kodak gets half of all bitcoin you produce.) This is the dumbest shit I’ve ever seen at CES. pic.twitter.com/rbzECVEMn7
— Chris Hoffman (@chrisbhoffman) 9 de janeiro de 2018
“A Kodak vende uma mineradora de Bitcoin que vem com pagamento obrigatório por um contrato de dois anos para “obter lucro”. Nesse caso, a empresa recebe metade dos Bitcoins que você produzirá. Esta é a maior estupidez que já vi na CES”, escreveu no seu Twiter o jornalista da How-To Geek, Chris Hoffman.
Conforme indicado na brochura, o contrato de 24 meses custará US$3,4 mil, enquanto a Kodak promete um lucro estável de exatamente US$375 por mês (US$9 mil no total). O slogan da empresa “In Math We Trust” (“Na matemática nós acreditamos “) foi questionado também pelo autor do livro The Bitcoin Standard, Saifedean Ammous.
There is no way your magical Kodak miner will make the same $375 every month, unless Bitcoin mining difficulty stays the same. It is currently increasing at around 15% a month, so mining output should drop around 15% a month, too. Good luck to everyone who bought this deal! pic.twitter.com/0xA2HNtHFc
— Saifedean Ammous (@saifedean) 10 de janeiro de 2018
“A Kodak se transformou em uma fraude de mineração. Olhem atentamente, eles mentem abertamente sobre os lucros potenciais, porque se esqueceram de mencionar um pequeno detalhe: a complexidade da mineração está crescendo constantemente! É impossível para a mineradora mágica da Kodak trazer os mesmos US$375 por mês sempre. Hoje em dia, a complexidade da extração cresce cerca de 15% por mês, sendo que seu lucro cai respectivamente”, disse Ammous.
Segundo ele, levando em conta esses 15%, o lucro total real da KashMiner por dois anos será de US$2.457 contra o custo do próprio contrato de US$3,4 mil.
“Eu suspeito que essa mentira seja impudente demais para ser intencional. Provavelmente, eles apenas se reuniram e, em 15 minutos, descobriram como entrar rapidamente no mundo do Bitcoin, enquanto alguns produtores de mineradoras, se aproveitando da situção, venderam um lote de dispositivos a eles”, resumiu Ammus.
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.