Enquanto algumas empresas de serviços profissionais multi-bln estão alavancando o desenvolvimento e a implementação de Blockchains privadas, a Ernst & Young (EY), uma das “quatro maiores” corporações de contabilidade no mundo, está levando a indústria do Bitcoin para o público.
ATMs de Bitcoin da EY e carteiras para clientes e funcionários
Em 2016, a EY teve um enorme sucesso na introdução do Bitcoin para seus clientes e, mais importante, para seus funcionários. A EY tem cerca de 231.000 funcionários no mundo e a empresa já forneceu EY aplicações de carteira digital segura para todos os funcionários da EY na Suíça. A carteira digital permite aos usuários enviar e receber Bitcoins em um ecossistema seguro.
Para usuários ou funcionários que precisam de alta liquidez, a EY também instalou um ATM de Bitcoin em seus escritórios públicos na Suíça, permitindo que seus clientes e funcionários comprem e vendam Bitcoins facilmente.
Mais importante ainda, a EY está aceitando pagamentos Bitcoin para todos os seus serviços de consultoria, o que representou cerca de US$ 7,8 bilhões em 2016. Isso significa que qualquer cliente pode pagar globalmente com Bitcoin para cobrir os serviços prestados pela EY.
Marcel Stalder, CEO da EY Switzerland declarou:
“Não queremos apenas falar sobre digitalização, mas também impulsionar ativamente esse processo junto com nossos funcionários e clientes. É importante para nós que todos se atualizem e se preparem para a revolução que se desenrola no mundo dos negócios através das blockchains, dos contratos inteligentes e das moedas digitais”.
Por que os esforços da EY devem ser apreciados
As corporações de contabilidade “Big Four” do mundo são: a PwC, Deloitte, EY e KPMG, que geram uma receita de mais de US$ 20 bilhões anualmente. No entanto, apenas EY está alocando seus recursos e capital para o desenvolvimento do Bitcoin. Outros estão se concentrando na chamada “blockchain de permissão”, que ainda está para demonstrar aplicações práticas e comerciais.
No entanto, para apreciar plenamente os esforços da EY, é fundamental compreender a principal razão por trás do apoio da PwC, Deloitte, KPMG e de outras empresas de serviços profissionais para as Blockchains privadas.
Empresas de contabilidade em grande escala e prestadores de serviços profissionais lidam com clientes multibilionários, clientes de alto perfil e corporações como bancos e instituições financeiras. Assim, apenas uma parcela muito pequena de sua clientela estará interessada em tecnologias como o Bitcoin, que não são adotadas pela indústria financeira tradicional.
O Bitcoin é visto como uma ameaça contra a dependência financeira e monopólio estabelecido por bancos e instituições financeiras, já que o Bitcoin oferece aos usuários liberdade financeira e independência. Essencialmente, o Bitcoin elimina a necessidade dos bancos, tornando irrelevante a maioria, senão todos, os prestadores de serviços bancários.
Assim, para competir com uma tecnologia ou moeda tão ameaçadora, os bancos entraram em um modo de desespero ao tentar replicar o Bitcoin em um ambiente privado e controlado. Uma vez que os bancos estão alocando seu capital e recursos no desenvolvimento de blockchains, seus provedores de serviços, incluindo empresas de contabilidade e empresas de serviços profissionais são forçadas a seguir a visão deles.
A EY continua sendo uma das poucas empresas em grande escala a reconhecer o potencial do Bitcoin e o impacto que ele já teve no ecossistema financeiro global.
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.