No início desta semana, a startup de blockchain Lite.IM anunciou que traria envios de Bitcoin para o Telegram, Facebook Messenger e SMS. Se projetos como este conseguirem fundir as mídias sociais que as pessoas entendem intuitivamente com a blockchain, isso vai trazer uma explosão na adoção de criptomoedas.
Está ficando claro que a mídia social poderia oferecer uma plataforma para que as criptomoedas pudessem se desenvolver de verdade, permitindo pagamentos através de uma rede já conectada em plataformas como Facebook, Instagram e outros aplicativos de mídia social.
A Social Media Week que foi organizada no ano passado destacou o fato de que o sucesso da Venmo, um serviço de pagamento móvel de propriedade do PayPal, veio explicitamente da combinação de infraestrutura de mídia social e pagamentos convenientes.
Para os evangelistas de blockchain, no entanto, a Venmo (bem como Paypal, etc) não percebem completamente o que pode ser realizado com as ferramentas digitais de pagamento do século 21, e a tecnologia blockchain é o próximo passo nessa direção. A própria blockchain, por sua vez, tem sido impedida desde a sua criação por uma grande barreira que dificulta a entrada nela (bem como por questões da volatilidade e associações com a criminalidade), o que a torna pouco atrativa para muitos usuários.
Lite.im e pagamentos com cripto
Recentemente, a Lite.im anunciou que estava integrando os pagamentos do Bitcoin ao Telegram, SMS e Facebook Messenger: esses três são associados a uma base de usuários que representa uma porção extremamente significativa do mundo desenvolvido.
Ontem, a revista virtual Techcrunch, em uma previsão do Novo Ano sobre o cenário tecnológico de mídia do próximo ano, previu que a “blockchain permite novas maneiras de monetizar conteúdo via micropagamentos e distribuição direta de criador para consumidor sem os principais intermediários de hoje”.
De fato, a paisagem da mídia social está mudando (ou obliterando) a relação entre criadores e consumidores de conteúdo, e a blockchain é um projeto que tenta fazer a mesma coisa. Por esta razão, a primeira criptomoeda que pode integrar-se efetivamente a uma rede de mídia social já existente pode ser a primeira a encontrar adoção generalizada, pelas mesmas razões que a Venmo encontrou sucesso.
É claro que a Lite.IM tem que concorrer com o próprio Facebook, que anunciou que estava criando sua própria criptomoeda. Por outro lado, a integração da Lite.IM com o Bitcoin não é um fato insignificante, sendo o Bitcoin de longe a criptomoeda mais usada no mundo e, para muitas pessoas (talvez puristas em parte, mas também uma grande facção de entusiastas criptomonetários), a única criptomoeda que eles vão considerar.
Se a Lite.IM conseguir tornar o uso do Bitcoin simples e compreensível, bem como integrado a redes que já possuem uma base de usuários, ele pode se tornar o “caso de uso” que todo mundo está procurando, que alias foi a ideia inicial do Bitcoin, em vez de pagamentos não hierárquicos que cortam o intermediário.
Até que a criptomoeda seja no mínimo tão fácil para usar quanto os outros pagamentos, e até que seja tão confiável (ou, no mínimo, não menos confiável) quanto as redes financeiras tradicionais, os usuários dessa criptomoeda serão apenas uma minoria que está inclinada a usa-la por motivos ideológicos.
A mídia social entremeada por criptomoedas dará acesso a pagamentos em cripto para pessoas sem conhecimento técnico. Resta ver se a moda pega!
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.