Na noite passada, dia 6 de janeiro de 2019, a equipe base de desenvolvedores do Ethereum Classic, ETC, percebeu um aumento abrupto no hash de mineração, o qual inicialmente foi tido como uma incursão maliciosa contra sua blockchain conhecido como “ataque de 51%”
Em um período menor de 17 horas, a taxa de mineração da criptomoeda (Hashrate) aumentou em quase 30%, deixando tanto a comunidade quanto os devs preocupados com o pior.
Momento do suposto ataque contra o ETC
Aproximadamente às 23 horas, horário de Brasília, de ontem, a conta de Twitter @eth_classic (conta oficial dos mantenedores da cripto) anunciou que “haviam rumores de uma possível reorganização da rede (ataque de 51%) ou ataque de dupla despesa”.
Após essa declaração, respostas de apoio a rede foram enviadas à equipe. 7 horas depois do anúncio inicial, o desenvolvimento da moeda pediu que todas as exchanges e pools de mineração revissem seu protocolo para depósitos e retiradas, permitindo a quantia aterradora de 400 ou mais confirmações para autorizar as mesmas.
Conforme o gráfico fornecido pelo serviço GasTracker.io demonstra abaixo, o pico no Hashrate de mineração do Ethereum Classic foi significativo e também causou uma espécie de “histeria” enquanto todos se indagavam se a rede estava realmente a ser vítima de um ataque.
Fim da tempestade e descobertas do Ethereum Classic
Após toda a histeria, e de vários serviços de criptomoedas impedirem a negociação, depósitos e retiradas de ETC, o Hashrate retornou ao sua taxa normal. De acordo com os mantenedores da conta @eth_classic, tudo não passou de uma empresa de mineradores ASIC testando seu novo equipamento na rede.
Vale também mencionar, que logo após o anúncio de um possível ataque de 51% na rede do Ethereum Classic, o ETC despencou de preço, saindo da marca anterior de US$ 5,40 para aproximadamente US$ 4,90 de acordo com a CoinGecko.
Até o momento da publicação dessa matéria, tanto a equipe de devs quanto a comunidade ainda não havia conseguido confirmar com 100% de certeza de que o pico na mineração fora realmente resultado de tal teste. Quanto a isso provavelmente saberemos mais durante os próximos dias.
Contudo, isso reacendeu a já ativa discussão sobre o protocolo de Prova de Trabalho (PoW). Dentre muitos argumentos de ambos os lados, há aqueles preocupados com o tipo de danos que um aumento repentino na mineração pode trazer para uma blockchain.
Isso é verdade até mesmo na Rede Ethereum, uma vez que os desenvolvedores de base da blockchain estão realizando esforços para implementar uma alternativa resistente a mineração ASIC, a ProgPow.
Apesar da mineração através de Prova de Trabalho ter suas limitações e riscos, como qualquer outra proposta para manter uma blockchain (e qualquer outra tecnologia), ela tem se provado uma forma valiosa para manter os registros decentralizados de uma blockchain seguros até a data – o que o diga o Ethereum e Bitcoin.
A alternativa mais conhecida para o protocolo PoW, é o PoS (Prova de Participação). Todavia, nessa modalidade o que preocupa são as possibilidades aumentadas de centralização da rede. Resta ver agora qual será o próximo passo para a Rede Ethereum Classic depois desse susto e quais serão os efeitos de longo prazo do mesmo no quesito das exchanges e pools de mineração.
Thiago é co-fundador e o suporte técnico, famoso faz-tudo, por trás do BTCSoul. Para ele o interesse nas criptomoedas, Blockchain e Bitcoin se encontra também em seu código.