O britânico Salim Rashid, de 15 anos, disse que há um exploit nas carteiras hardware de criptomoedas Ledger Nano S e Nano Blue que permite “extrair autonomamente a chave privada“ e usá-la para alterar endereços de destino das transações de saída.
Segundo Rashid, ele comunicou o problema à Ledger em novembro de 2017, mas desde então, a vulnerabilidade não foi eliminada. Além disso, alega-se que numa correspondência, o diretor executivo da empresa, Éric Larchevêque, chamou o exploit de “não crítico”.
Ontem, Rashid publicou uma postagem em seu blog sob o título “Quebrando o modelo de segurança da Ledger”, no qual alega que ainda pode “extrair uma chave privada” e usá-la para alterar endereços de destino de transações de saída. Para fazer isso, é preciso modificar o firmware do dispositivo antes que ele seja ativado pelo usuário final, portanto, o perigo é principalmente para os compradores do eBay e de outros sites semelhantes.
A essência da exploração reside no fato de que as carteiras atuais da Ledger usam duas placas durante a operação, que Rashid, para simplificar sua explicação, designou como SE e MCU. A primeira é protegida no nível do hardware, mas não suporta USB, botões e telas de interface – todas essas funções são por conta da MCU, que, por sua vez, não possui a proteção necessária contra interferência e serve como uma espécie de buffer de troca.
De acordo com Rashid, potenciais invasores podem fazer alterações no software da MCU e, consequentemente, obter acesso a chaves privadas de usuários – procedimento que o adolescente demonstra em seu vídeo. Além disso, ele publicou instruções relevantes no GitHub. Vale notar que, de acordo com Rashid, todos os dispositivos Ledger com versão de firmware 1.3.1 e anteriores são vulneráveis.
Por sua vez, os desenvolvedores da Ledger no mesmo dia lançaram uma nova versão do software – 1.4.1. Alega-se que a atualização corrige três exploits, entre os quais aquele descrito por Rashid.
“Durante a atualização, a integridade do seu dispositivo é verificada, portanto, uma atualização bem-sucedida para a versão 1.4.1 garante que nenhuma alteração tenha sido feita na carteira. Não há necessidade de quaisquer ações adicionais, pois suas chaves privadas e seeds estão seguros”, enfatiza o blog da Ledger.
Lembre-se de que em dezembro do ano passado, surgiram informações sobre problemas com a infraestrutura da Ledger, quando no contexto de uma nova rodada de crescimento da maioria das principais criptomoedas, várias populares plataformas ficaram off-line.
Além disso, no início de fevereiro de 2018, outra vulnerabilidade crítica foi encontrada na carteira de hardware da Ledger.
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