O fabricante de equipamentos e software para a empresas de mineração, Bitmain Tecnnologies informou que ocorreu um teste bem sucedido da versão alfa de equipamentos para o protocolo SegWit2x.
Como informado no blog oficial da empresa, o lançamento do protocolo destinado a apoiar SegWit2x será realizado no dia 16 de junho.
A solução SegWit2x foi apresentada pela primeira vez em maio, em Nova York, e é reivindicada como uma alternativa ao protocolo UASF (BIP148). De acordo com a empresa chinesa, a ativação do UASF, em potencial, pode aumentar o risco de um ataque de 51% à rede do Bitcoin, uma vez que os nós atualizados para o BIP148 não poderão aceitar blocos que não suportem o SegWit.
UASF
“Se o UASF for ativado e esta cadeia receber a maioria do hash, os nós da blockchain original serão reorganizados e começarão a seguir o UASF. Neste caso, um número significativo de registros sobre transações financeiras desaparecerá. É há o risco de que os nós atualizados para o UASF entrem em conflito com os nós da blockchain original”, disse um representante da empresa em um comunicado.
A Bitmain também avisa que, se o UASF não receber apoio suficiente dos mineiros, a nova blockchain pode enfrentar uma estagnação permanente da rede.
“O BIP148 representa um risco significativo para o ecossistema Bitcoin, por isso estamos preparando um plano de ação para proteger a atividade econômica na blockchain do Bitcoin dessa ameaça”, insiste a empresa chinesa.
O acordo assinado em 23 de maio diz que a ativação do SegWit com 80% de suporte dos mineiros, bem como a manutenção dentro de seis meses de um hard fork que aumentará o tamanho do bloco para 2Mb. A Bitmain afirma que o SegWit2x é melhor, pois os nós continuarão a aceitar blocos que seriam rejeitados no UASF.
Os adeptos do SegWit2x também prepararam um “plano para contornar” o UASF, que pode ser ativado no dia 1 de agosto. Portanto, a implementação do hard fork está planejada para ocorrer 12 horas e 20 minutos depois que o UASF for ativado.
Isso significa que o tamanho do primeiro bloco, -pronto para aceitar mudanças nas regras de consenso- deve ser superior a 1 MB. Os blocos poderão chegar a ate 8Mb, mas a preferência será por blocos de 2Mb, e sanções serão aplicadas aos mineiros que ultrapassarem esse limite.
O plano
A Bitmain também fornece um plano preliminar para um aumento passo a passo adicional no tamanho do bloco, o que é por enquanto até agosto de 2019.
Note-se que os planos apresentados pela Bitmain podem ser rejeitados por uma parte importante da comunidade, que considera a ativação do SegWit como a solução ideal para não aumentar o tamanho do bloco. Então, representantes da Slush Pool já declararam que a implementação de tal plano levará ao surgimento da “ChinaCoin”, ironizando a criação de uma nova moeda a partir de um fork do Bitcoin; acrescentando também que todas as últimas ações da Bitmain vão contra a filosofia que uma vez atraiu as pessoas para o Bitcoin.
Reações
O desenvolvedor do Bitcoin Core, Luc Dash Jr. também expressou a opinião de que a empresa chinesa planeja realizar um ataque na rede no dia 1 de agosto e colocar a culpa do ocorrido na ativação do UASF.
No final de maio, a equipe Bitcoin Core ofereceu outra solução para escalar a rede do Bitcoin, que inclui a ativação do SegWit a partir de 1 de agosto de 2017 (UASF) e a posterior fixação de um hard fork para aumentar no tamanho do bloco para 2 MB por seis meses.
A proposta é, em muitos aspectos, semelhante ao plano que foi expresso em Nova York, no entanto, como o autor Kelvin Rechner enfatizou, dificilmente pode ser introduzido no código Bitcoin Core em um futuro próximo, pois não há consenso sobre um hard fork na comunidade.
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.