A ING e a Société Générale, um banco holandês e francês, estão em negociações com comerciantes globais de commodities para testar a negociação de gás natural liquefeito em uma blockchain habilitada com contratos inteligentes.
Depois de testar com sucesso o comércio de carga de petróleo bruto em uma blockchain no mês passado, os dois bancos europeus estão agora buscando melhorar o processo de negociação de gás natural liquefeito (GNL). De acordo com um relatório da Reuters, os dois bancos já falaram com várias personalidades no mercado de negociação de GNL sobre testes de um acordo em uma blockchain “dentro de meses”. GNL é o gás natural convertido em sua forma líquida para facilitar o seu armazenamento e transporte.
Em declarações, o diretor de comércio e finanças de commodities da ING, Patrick Arnaud, afirmou:
“O LNG é uma área em que nós definitivamente queremos focar porque é um mercado em crescimento, mas ao mesmo tempo, é controlado por algumas pessoas muito importantes”.
O desejo dos bancos de vender sua solução de contratos inteligentes para o comércio global vem logo após a execução da primeira grande operação de comércio de petróleo movida pela tecnologia adjacente do Bitcoin, a blockchain. Anunciada em janeiro, a transação comercial envolveu um carregamento de carga de petróleo contendo o material bruto da África, vendido a gigante petroquímica chinesa ChemChina.
O comércio impulsionado por uma blockchain tomou forma após a Mercuria, uma das maiores empresas de commodities do mundo, ter um interesse notável pela inovação descentralizada. Em outubro de 2016, Marco Dunand, presidente-executivo da Mercuria, afirmou em um fórum público que a tecnologia blockchain levaria “uma transformação digital para a indústria de petróleo e gás”. Entretanto, a indústria é criticada por ele, que segundo a suas declarações, é tradicionalmente lenta em adotar mudanças e digitalização, seus processos são “pré-arcaicos”, acrescentou Dunand.
Ele afirmou:
“Se introduzirmos o uso de blockchain, todo o processo será rápido desde sua partida e embarque ate sua chegada, sem a necessidade de imensa quantidade de papel, e o melhor sem correr riscos de erros”.
Além disso ele acrescentou que a blockchain diminuiria os custos com pagamentos em cerca de 30%. Os bancos revelaram agora que a sua solução blockchain ajudou a Mercúria a reduzir alguns processos não identificados numa transação comercial de três horas para 25 minutos.
Blockchain no gerenciamento de energia
Uma série de grandes gigantes da energia em todo o mundo está olhando para os contratos inteligentes habilitados na tecnologia blockchain como uma solução viável para os negócios de serviços públicos. A Wien Energie, a maior empresa de energia da Áustria, anunciou um piloto de blockchain para o comércio descentralizado de energia. O projeto piloto será executado por três meses, de março a maio de 2017 por uma empresa que fornece eletricidade, gás natural e aquecimento a quase 2 milhões de austríacos.
A empresa de energia alemã Innogy está buscando aplicar a tecnologia blockchain em sua infraestrutura de carregamento de veículos, permitindo que motoristas e usuários compartilhem estações de carregamento.
A empresa britânica Electron demonstrou transferências de energia significativamente mais rápidas (até 20x) com custos notavelmente baixos, simulando dados de 53 milhões de pontos de medição de 60 fornecedores de energia do Reino Unido, através da blockchain do Ethereum.
A empresa espanhola Endesa descreveu a Blockchain como um “livro-razão digital quase incorruptível”. A gigante da energia abriu um laboratório específico de blockchain para explorar suas potenciais aplicações.
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