Dois grupos de hackers roubaram mais de US$ 1 bilhão, o que é mais da metade de todos os casos de ataques. Ao menos isso é o que diz um relatório da Chainalysis.
Hackers conseguiram fugir com bilhões de dólares nos últimos anos, e parece que isso pode ter sido principalmente o trabalho de dois grupos criminosos. Um novo relatório da Chainalysis revelou que os dois grupos conseguiram mais de US$ 1 bilhão em roubos bem-sucedidos nos últimos anos.
Os grupos são bem organizados e causaram danos a corretoras e carteiras de maneira sistemática. A parte mais assustadora é: os dois grupos parecem ainda estar ativos e até agora ninguém chegou perto de rastreá-los.
Na terceira parte de sua série Crypto Crime, a Chainalysis detalhou o processo de hacking e por que os dois grupos ainda não foram capturados. Em média, esses dois grupos roubaram US $ 90 milhões por ataque. Esse valor é bem grande, mas o número fica incrivelmente maior com o tempo. O relatório afirma:
Juntos, esses dois grupos são responsáveis por roubar cerca de US $ 1 bilhão até o momento, o que representa pelo menos 60% de todos os ataques divulgados publicamente. E, dadas as recompensas potenciais, não há dúvida de que o hacking continuará, pois esse é o mais lucrativo de todos os crimes relacionados às criptomoedas.
Depois de hackear uma corretora ou carteira e roubar os tokens, os hackers usam diversos métodos para disfarçar a origem dos mesmos. Os tokens são rapidamente movidos entre corretoras e carteiras antes que as vítimas possam iniciar as investigações. Após esse processo rápido, os hackers observam um “período de quietude” de pelo menos 40 dias. Isso é feito para garantir que o interesse das agências de segurança pública desapareça.
Satisfeitos com o fato de ninguém mais estar olhando, os hackers transferem rapidamente os fundos para as corretoras. Eles os convertem em fiat o mais rápido possível, geralmente nos primeiros quatro meses. Os hackers usam corretoras on-line com trocas limitadas KYC ou peer-to-peer para executar as retiradas.
De acordo com o relatório, os dois grupos tentam executar os ataques rapidamente e sair antes que eles possam ser rastreados. No entanto, eles lidam com isso de forma diferente. O primeiro grupo, que a Chainalysis chama de Alpha, é um grupo muito bem administrado e organizado. Este grupo não é motivado não apenas por dinheiro e é muito metódico em sua abordagem. Também é bastante grande e distribuído globalmente.
O segundo grupo é muito menor, mas igualmente letal. Referido como Beta pela empresa de pesquisa sediada em Nova York, o grupo é menos organizado e é movido apenas pelos fins lucrativos. Esse grupo é muito direto em sua abordagem ao hacking e não parece estar muito preocupado em evitar a captura.
Apesar de ataques de hackers serem bastante comuns, esses últimos não têm muita dificuldade em fazer retiradas em moedas fiduciárias. Isso porque, uma vez que os tokens são roubados e transferidos entre alguns endereços, eles já parecem genuínos e legítimos. Portanto, quando um hacker envia os tokens roubados para uma carteira em uma corretora, essa última é incapaz de distinguir entre tokens legítimos e roubados.
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Cambridge anunciaram que criaram um novo algoritmo que pode rastrear tokens roubados. O novo algoritmo é promissor, mas ainda não foi usado para rastrear um ataque de verdade. Por enquanto, tudo o que você pode fazer é manter seus tokens escondidos em um armazenamento frio quando não estiver fazendo transações.
Isso é especialmente evidenciado pelo recente episódio que teve como protagonista a exchange neozelandesa Cryptopia – hackeada há pouco tempo – e seu hacker, o qual teve os fundos bloqueados na corretora Binance por conta da vigilância da mídia social.
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.
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