A demanda por criptomoedas anônimas não acaba, e existem várias frentes que anseiam por tornar isso uma realidade.
Por exemplo, a Altcoin centrada na privacidade, Monero teve ganhos monumentais em valor conforme se torna mais claro para o público as questões sobre a transparência da blockchain do Bitcoin. Esta moeda digital utiliza uma versão diferenciada da Prova de Trabalho do Bitcoin, conhecida como Prova de Trabalho Anônimo (proof-of-work-annonymous). Desta maneira a Monero caiu no gosto de vários mercados da Dark Web, os quais a utilizam como principal forma de pagamento.
Já o Zcash busca dar privacidade às transações através da sua Prova de Conhecimento Zero (Zero Knowledge Proofs). De acordo com seu fundador, Zooko Wilcox, “o Zcash é um projeto para criar a nova moeda da internet, inspirada no Bitcoin. O que estamos adicionando aqui é a privacidade. Realizamos avanços científicos na matemática subjacente e construímos uma variante privativa, que funciona do Bitcoin”.
Então, falemos agora da Tumblebit. Conforme seu white paper, “a Tumblebit serve para escalar o volume e velocidade dos pagamentos suportados pelo Bitcoin. Hoje em dia, as transações feitas diretamente na blockchain do Bitcoin sofrem um atraso de 10 minutos. Enquanto isso, os pagamentos feitos pela Tumblebit são feitos fora da blockchain, através da Tumbler, sendo completadas em segundos”.
Até mesmo estudiosos tentam resolver o problema da falta de anonimato no Bitcoin. Estudos recentes demonstraram que a rede p2p que roda o Bitcoin é propensa à de-anonymization attacks (ataques de desanonimização). Isso ocorre quando os usuários propagam suas transações online, fazendo com que suas chaves públicas possam ser relacionadas e ligadas aos seus IPs.
Entretanto, não é tão simples assim fazer isso, já que a propagação por si só é randomizada. De acordo com o professor da Universidade de Illinois, Pramod Viswanath, “fazer algo de maneira randômica não quer dizer que você não pode ser detectado como fonte da transação. A diferença é sutil, mas os padrões surgem de forma simétrica além da aleatoriedade”.
Um time de pesquisadores da Universidade de Illinois recentemente publicou uma proposta que promete lidar com esse problema, chamado de “Dente-de-leão: Redesenhando a Rede do Bitcoin para o Anonimato (Dandelion: Redesigning the Bitcoin Network for Anonymity)”. A proposta introduz uma nova política para rede do Bitcoin, a qual dificulta os ataques de desanonimização.
A proposta Dandelion
Conforme explana Dr. Viswanath, a proposta é forçar certa estrutura entre os nós da rede p2p, para que então eles propaguem as conexões de forma estruturada, o que quebra a simetria natural.
O tema central da proposta é a assimetria. Ao invés de enviar transações à um dos nós mais próximos, cada transação pode ser repassada “pulando” alguns deles, terminando por ser propagada por um nó que não é a fonte inicial. O padrão de propagação se parece com um dente-de-leão: O caule representa o “pulo” e as sementes da cabeça a eventual rede simétrica. Surpreendentemente, esta solução simples provê um forte anonimato teórico, o qual garante o mesmo diante de certos adversários.
O trabalho dos pesquisadores visa entender o empilhamento da rede do Bitcoin, o qual recebeu muito menos escrutínio do que sua blockchain. Não obstante, o empilhamento da rede é uma fonte importante de vulnerabilidades. Dr. Viswanath enfatiza que o Dandelion não é uma “solução final”, mas sim apenas um passo que repensa a rede p2p do Bitcoin.
Dr. Viswanath declarou:
“Acreditamos que (o Dandelion) é necessário para tornar a rede mais robusta contra ataques de anonimização à nivel de rede. Pensamos que a proposta é simples e leve para o código do Bitcoin, podendo prover uma forte defesa contra uma miríade de possíveis ataques”.
Enquanto a solução do Dr. Viswanath, ou qualquer outra, seja implementada e funcione, a solução é utilizar algumas das criptos anônimas disponíveis nas exchanges, como a Monero, Zcash, ShadowCoin, NavCoin, entre outras. Caso queira mais informações sobre como ter anonimato no Bitcoin, leia nosso artigo sobre o assunto clicando aqui.
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.