Após muita controvérsia, EOS lança sua mainnet “oficial”. Entenda tudo sobre isso e por que tem se falado tanto sobre essa criptomoeda nas últimas semanas.
Você já deve ter ouvido falar da EOS, plataforma que, no ano passado, surgiu a partir do Ethereum ano passado, contou com a ICO mais bem-sucedida da história, com 4 bilhões de faturamento e atingiu a quinta posição como moeda mais valiosa do mercado criptomonetário.
Assim como muitos outros tokens, o EOS foi construído no ambiente Ethereum e, portanto, segue o padrão ERC-20, almejando também ser um “Ethereum melhor”. Sim, a descendente também permite a criação de dApps, Contratos Inteligentes e armazenamento, mas tudo isso de forma, teoricamente, melhor que a de seu progenitor, já que conta com uma tecnologia mais sofisticada e novos melhoramentos. Além disso, o EOS é totalmente gratuito, não havendo custo de transação e nem GAS – a quantidade de banda que o usuário pode utilizar é proporcional à quantidade de moedas que ele possui (diretamente 1 EOS por 1%), sem a necessidade de pagar a terceiros para isso.
O Ethereum, ao menos até a total implementação do Casper, é uma Blockchain que utiliza a Proof-of-Work (PoW), enquanto o EOS, faz uso da Proof-of-Stake, bem como uma versão modificada desta última denominada dPoS, criada pelo próprio fundador da EOS, Dan Larimer, através da startup Block.one – fundadora também da Steemit (o “Medium” decentralizado que paga de volta pelo número de visualizações) e da Bitshares, duas plataformas bem populares de Blockchain. Se você não sabe o que é PoW e PoS, isso também está bem explicado no artigo supramencionado. Sobre o dPos, explicamos:
A sigla dPoS significa delegated Proof-of-Stake. Nesse modelo, apenas alguns nós “eleitos” podem validar novos blocos. No caso do EOS, usuários elegem 21 delegados, que podem ser demovidos através de “contra-votos” a qualquer momento caso a comunidade sinta que eles não estão fazendo um bom trabalho.
Entre as vantagens do dPoS lista-se a agilidade, já que o algoritmo remove a necessidade da escalabilidade (apenas 21 nós, com CPUs dedicados, verificando uma transação, fazem isso muito mais rápido do que os mais de dez mil do Bitcoin ou do Ethereum, nos quais qualquer um pode ser um nó e todos os nós verificam todas as transações). Isso resolve o problema da escalabilidade – enquanto no Bitcoin as transações podem demorar até 1h para serem aprovadas (e a tendência é apenas piorar), no EOS, isso ocorre instantaneamente. Uma vantagem, dessa vez mais questionável, é a democracia: com 21 delegados validadores, estes podem decidir todos os parâmetros para se criar novos blocos – ou seja, só validarão blocos que contenham as especificidades demandadas. Parece o oposto de centralizado? No Bitcoin, apenas o Bitcoin Core é quem decide isso – e eles raramente decidem por alguma mudança, considerando o impacto que isso pode causar. Além disso, existe toda uma desconfiança de grupos de interesse influenciando essas decisões, o que até levou à criação do Bitcoin Cash. No caso de 21 delegados eleitos, caso a comunidade esteja descontente com suas decisões, há a opção de demovê-los a qualquer momento, ao contrário de Blockchains de “governança imutável”, como a do Bitcoin ou do Ethereum.
Como desvantagens, nesse tipo de Proof-of-Stake, com nós fechados, ao contrário dos PoW tradicionais, nos quais qualquer um pode ser um nó e ganhar moedas “apostando” em novos blocos (o próximo bloco adicionado à chain é o mais votado). No dPoS, esse aspecto não existe mais, já que ninguém mais lucra com staking. Os delegados eleitos recebem todo o valor dos votos (lembrando que é necessário pagar para votar) em troca do trabalho que farão ao tomarem suas posições. Neste contexto, teoricamente, a possibilidade de formação de cartéis de delegados é levantada. Como os stakeholders com mais moedas têm mais potencial poder de voto (apesar de que, ao votar, a moeda fica “trancada”por 3 dias até ser devolvida, podendo trazer um enorme prejuízo aos investidores dependendo da volatilidade), acordos podem ser feitos para que os mesmos delegados continuem em suas posições e criando parâmetros beneficiais para certos stakeholders.
Contraditoriamente, isso traria um cenário economicamente ruim para a própria moeda. É justo considerar que o delegado não queira fazer mudanças que atrapalhem o desenvolvimento da moeda sobre a qual ele está ganhando dinheiro sobre. Esse tipo de atitude pode trazer um crash, caos, fuga de investidores e, no final, o principal perdedor vai ser o próprio delegado. É por isso que há um “balanceamento” e espera-se que os delegados efetivamente façam o melhor trabalho, sendo substituídos por voto caso contrário.
Depois de ser lançada como a ICO mais bem-sucedida do mundo, em 2017, o EOS passou por muita turbulência. Ao receber um investimento de 10 bilhões de USD em dias, a moeda passou para a quinta posição em capitalização de mercado repentinamente, ganhando mais relevância que nunca no meio de abril desse ano. Veja um snapshot desse momento.
Apesar de todo sucesso financeiro, a crítica foi intensa: diversos bugs foram encontrados e divulgados (algo relativamente razoável para um Blockchain que, apesar de estar tão à frente de todos, ainda não havia lançado sua mainnet, ou seja, estava em fase de testes). As críticas foram árduas e vieram até mesmo de Vitalin Buterik, criador do Ethereum, que publicou uma crítica bem calorosa sobre o EOS em seu site.
Todos esses questionamentos podem ter feito o valor da moeda descer levemente:
Até pouco tempo atrás, era necessário a instalação de um software e diversos passos relativamente complexos para votar em candidatos. Além disso, investidores tinham medo de fazer isso, já que a moeda que pagavam para o voto ficava “presa” por 3 dias, até voltar para eles – 3 dias, neste universo, pode significar grandes perdas, especialmente no do EOS, com tanta coisa acontecendo.
Alguns usuários desenvolveram plataformas amigáveis para votação, incluindo a lista de candidatos, o que facilitou bastante o processo.
Em uma decisão que pegou muitos de surpresas, uma semana antes do lançamento esperado da mainnet (ou seja, da Blockchain oficial) a Block.one decidiu entregar a plataforma integralmente na mão dos stakeholders e não participar de mais nenhuma decisão ou mudança.
Qualquer fork (divisão da Blockchain) pode ser chamado de mainnet. Semana passada, dois grandes grupos rivais de delegados, com ideais e tecnologias diferentes para o EOS, conseguiram, um após o outro, criar dois forks na Blockchain e chamar de mainnet – ou seja, chamar a Blockchain de EOS oficial. Não colou. Como é possível observar aqui, uma carta foi feita para os candidatos pararem de fazer isso pois, do contrário, haveriam milhares de EOS. Sem o controle da Block.one, que agora está completamente na mão dos usuários, isso se torna possível.
Há quatro dias, o EOS Mainnet Launch Group (EMLG), um consórcio formado por centenas de grupos de candidatos a validadores, têm se reunido e transmitido ao vivo as reuniões sobre votações “go/no-go”. Com ampla aceitação dos stakeholders do NEO, a mainnet seria lançada após 2/3 + 1 dessas votações decidirem por “go” – as votações acontecem a cada 24h. No dia 9 de junho, na terceira votação, o “go” ganhou quase por unanimidade. Isso significa, de acordo com o calendário divulgado, que a mainnet oficial está sendo lançada um dia após – ou seja, dia 10 de junho às 13h UGT. Também de acordo com a decisão do consórcio, delegados estão sendo escolhidos aleatoriamente até que 15% do total de tokens sejam utilizados para votos, o que pode não acontecer tão cedo. É aí que os 21 candidatos mais votados tomarão oficial posse da validação.
Com a mainnet oficial lançada, o gráfico de valor disparou ontem. No mesmo dia, mais problemas foram expostos (dessa vez, em relação à transparência da contabilidade dos votos), inclusive por Vitalik novamente, e agora o gráfico volta a cair… Essa é uma moeda curiosa.
Fontes dos gráficos: coinmarketcap.com
Carlos Eduardo é um engenheiro frustrado que, ao decidir investir em criptomoedas e estudar o mercado, decidiu que gostava mais disso que do investimento em si. Já trabalhou como consultor para criptomoedas atualmente no top 100, dApps e publica periodicamente em revistas americanas e, aqui no Brasil, na BTCSoul. Acredita que a adoção geral de uma Smart Economy resolveria boa parte dos problemas do mundo.
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