Desenvolvedores do Ethereum estão tendo discussões sobre como limitar/impedir a ação de mineradoras ASIC dentro da rede. A proposta, como veio a ser conhecida, ProgPow, já existe desde maio do ano passado. Entretanto, segundo o reporte, passou a ser mais seriamente considerada nos últimos dias.
Ontem, dia 4 de janeiro, um grupo de desenvolvedores de núcleo do Ethereum reuniram-se em um Live Stream do Youtube. Durante a mesma eles buscaram discutir os assuntos descritos em uma lista específica que figurava proposta ProgPow como seu último item.
Como muitos sabem, as atualizações dentro da Rede Ethereum funcionam da seguinte forma: primeiramente uma proposta é feita e embasada dentro do GitHub. Na sequência a comunidade de desenvolvedores a discute e chega em um certo consenso (ou não!). Logo após isso, a Fundação Ethereum e os Desenvolvedores de Núcleo do Ethereum decidem se irão implementar ou não tal proposta.
Provavelmente, esse foi o rumo que a proposta ProgPow tomou durante os últimos meses, chegando até a tal reunião que tivemos ontem. Se tiver interesse, o vídeo para a mesma está disponibilizado abaixo:
Durante a sessão ao vivo, eles discutiram os seguintes tópicos, conforme pre-disposto no GitHub:
No decorrer da discussão, os desenvolvedores chegaram ao consenso de que a proposta ProgPow era suficientemente válida para seguir, uma vez que foram compartilhadas informações sobre uma rede de testes exclusiva para a proposta. Juntamente com esta, eles ainda disponibilizaram uma pool de mineração e um programa modificado que impede o uso de mineradoras ASIC.
Esses recursos adicionais demonstram, no mínimo, quão sério eles estão levando essa proposta adiante, uma vez que tiveram todo o trabalho de criar os mesmos. Fora isso, também podemos ver o nível de comprometimento com a proposta ProgPow, uma vez que recursos estão sendo gastos neste momento para testá-la em alto nível.
Caso os resultados dos testes sejam positivos, essa atualização seja incluída poderá ser incluída já na próxima versão do protocolo – após o hard fork Constantinopla. De acordo com eles, esse tipo de mudança pode demorar meses para testar e deixar tudo pronto para uso – mas nada é certo ainda quanto ao lançamento.
Uma das questões que “pairam no ar” quando esse tipo de atitude é tomada por desenvolvedores de criptomoedas é qual seria o destino das ASIC uma vez que elas não podem mais ser utilizadas para minerar os ativos para os quais elas foram inicialmente desenvolvidas.
Normalmente, o caminho lógico, seria buscar outra rede que use o mesmo protocolo de mineração para prosseguir utilizando o equipamento. No caso da rede Ethereum, o protocolo de mineração é chamado de EtHash e pelo menos outras 5 criptomoedas a utilizam.
A segunda maior criptomoeda a utilizar o protocolo EtHash é o Ethereum Classic, o fork mais famoso da rede Ethereum e atualmente ocupante da posição número 17 por capitalização no mercado de criptomoedas.
Abaixo disponibilizamos uma lista de outras possíveis candidatas a receberem o hash de mineração dessas ASIC assim que elas não puderem mais integrar a força de mining do ETH, juntamente com sua posição relativa à capitalização geral do mercado de criptomoedas:
Entretanto, vale reforçar que uma entrada em massa de mineradoras ASIC em qualquer uma dessas criptos com Hash atual muito reduzido, poderia inevitavelmente resultar em ataque de 51% – momento quando um grupo ou indivíduo emprega mais que 51% da força de mineração em dada criptomoeda, o que a deixa susceptível a ataques.
Assim sendo, a mais provável candidata a receber esse aumento de hash seria o ETC, que não muito depois de sua criação já criticava a mudança do protocolo do ETH de Prova de Trabalho (POW) para Prova de Participação (POS). Será que eles irão manter a mesma opinião com sua rede sendo inundada com ASICs? Só vendo pra crer.
Thiago é co-fundador e o suporte técnico, famoso faz-tudo, por trás do BTCSoul. Para ele o interesse nas criptomoedas, Blockchain e Bitcoin se encontra também em seu código.
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