Em junho o MIT Media Lab testou uma autenticação certificada utilizando a blockchain do bitcoin. Após trabalhar na pesquisa e desenvolvimento por mais de um ano, a organização lançou uma base aberta para certificados acadêmicos digitais chamada de Blockcerts.
Blockcerts permite certificação imutável para qualquer um
Blockcerts é um projeto do MIT Media Lab utilizando a blockchain do bitcoin para notorização digital. Os desenvolvedores da plataforma disseram que ela também permite um sistema descentralizado de credenciamento. A aplicação open source pode ser usada para “credenciamento acadêmico, profissional e de mão de obra”. A Blockcerts mantem suas raízes como uma aplicação de software aberto que permite que qualquer indivíduo tome controle de suas credenciais com um método imutável.
Colocando sua aplicação na blockchain do bitcoin, o projeto constrói uma nova infraestrutura para acreditação. O protocolo do bitcoin remove a dependência de uma arbitragem por terceiros que é impermanente e cheia de complicação. O MIT Media Lab explicou que a blockchain do bitcoin repõe as entidades centralizadas com uma “infraestrutura de confiança permanente, à prova de fraudes”.
Além do mais, o registro digital é completamente transparente e os dados podem ser compartilhados entre as pessoas para o propósito de verificação. Isto dá aos indivíduos seu próprio notário pessoal e confere a habilidade de controlar seus registros oficiais. Assim como o site da Blockcerts explica:
“A Blockcerts é uma base aberta para certificados blockchain. Construindo aplicativos que criem, emitam, visualizem e verifiquem certificados baseados em blockchain dentro de credenciamento acadêmico, certificações profissionais e desenvolvimento de mão de obra.”
A tecnologia blockchain pode replicar os métodos históricos de certificação
O time de pesquisa: Juliana Nazaré, J. Philipp Schmidt e Kim Hamilton Duffy já haviam escrito vários trabalhos sobre o assunto antes do lançamento. O artigo de Schmidt propunha que a tecnologia poderia replicar como a certificação se tornou oficial no passado. No passado “os carpinteiros carregavam consigo livros de registros e referências,” explicou Schmidt. Com a tecnologia de livro distribuído disponível para todos, as pessoas podem tirar vantagem da blockchain do Bitcoin para manter registros.
“Usando a blockchain e uma forte criptografia, agora é possível criar uma infraestrutura de certificação que nos coloca no controle total de nossos êxitos e conquistas. Isto nos permite mostrar ao empregador uma graduação na blockchain, dando a ele a certeza de que aquele grau foi conferido, de fato, à pessoa que está apresentando o mesmo,” declarou Schmidt.
O projeto do MIT Media Lab já registrou algumas entradas no sistema digital baseado em blockchain. Em outubro de 2015, o grupo emitiu certificados aos alunos do Media Lab que compareceram à comemoração de 30 anos do laboratório. A organização Learning Machine também emitiu certificados HR para seus empregados. O workshop da MIT, Global Entrepreneurship Bootcamp em Seoul na Coréia do Sul, publicou em março uma verificação digital utilizando o sistema. Por último, o Laboratorio para la Ciudad emitiu certificados digitais para participantes de um workshop na Cidade do México, em setembro de 2015.
Um registro distribuído que pode ajudar as pessoas a progredir academicamente, dentro de um ambiente de trabalho
Os desenvolvedores do MIT Media Lab estão bem satisfeitos com este projeto. Este processo de certificação mostra a importância de um livro distribuído com permanência imutável. A certificação de blockchain utilizando o Blockcerts é à prova de fraudes e não pode ser atualizado ou editado. Contudo, os emissores da certificação podem revogar certos registros, “utilizando o endereço de revogação que eles geraram para uma certificação em particular”.
O novo processo mostra como uma aplicação bem pesquisada e desenvolvida pode trazer um elemento diferente para o panorama do bitcoin. A ideia de notarização usando a blockchain do bitcoin já é conhecida há algum tempo, mas o MIT Media Lab pôs a ideia pra fora do papel. Construindo um sistema que inclui instruções passo a passo, que estão disponíveis para todos, logo terá mais empregados e universidades que podem tentar utilizar este novo processo de certificação. O protocolo poderia prevenir erros significativos de transcrição como a organização explica:
“Quando os sistemas de certificação não funcionam bem, as consequências podem ser mais do que apenas ineficiência, tais como processos caros e burocráticos de requerer a cópia de um documento da universidade. Isso normalmente é um desastre, como quando um refugiado não consegue prover um certificado de conclusão de estudos e não pode prosseguir com sua educação. Os sistemas digitais podem ajudar em ambas as situações”.
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.