O perigo do hard fork, ou seja, a divisão da blockchain em pelo menos duas, há algum tempo, parecia, haver sido reduzida ao mínimo. No entanto, nos últimos dias, esta questão voltou a ser fundamental para a agenda da comunidade Bitcoin. O que aconteceu e por que esse hard fork voltou a ameaçar a rede do Bitcoin de forma tão agressiva?
Para explicar isso, é necessário lembrar como os eventos se desenvolveram no que diz respeito à escala do Bitcoin nos últimos meses.
A melhoria principal, que uma grande parte da comunidade insistiu durante longo período de tempo, foi o protocolo “Testemunha Segregada”, ou SegWit. No entanto, sua ativação exigia o suporte de pelo menos 95% dos mineiros.
Guiados por seus interesses econômicos, nem todos concordaram em apoiar a proposta. Em algum momento, o confronto de vários segmentos esteve num impasse, cuja saída parecia ser a proposta do SegWit2x. A solução consiste em duas partes: a primeira fornece ativação do SegWit, a segunda – o aumento no tamanho do bloco até 2Mb.
No entanto, essa opção também enfrentou certas dificuldades: o descontentamento da comunidade foi causado pelo fato de que esta proposta acertada a portas fechadas por um grupo de mineiros e empresas.
A resposta foi à oferta o UASF – soft fork ativado pelo usuário. Essa solução também assume a ativação do SegWit, mas à custa dos detentores de nós (nodes), privando assim os mineiros da vantagem econômica.
A ativação da UASF deve ocorrer em 1º de agosto de 2017, mas também traz a ameaça de hard fork. Este havia sido evitado com a ajuda de outra solução, a BIP 91, que provou ser compatível com SegWit2x e UASF. A sua ativação ocorreu no dia 22 de julho, após o que foram abertas todas as formas de implementação do SegWit.
No decorrer de todos esses eventos, um grupo de representantes da indústria (principalmente mineiros chineses que insistem em aumentar o tamanho do bloco) anunciou sua intenção de lançar um cliente separado chamado BitcoinABC.
Inicialmente, assumiu-se que se tornaria um tipo de seguro caso a segunda parte do SegWit2x não fosse implementada. O client dessa solução recebeu uma moeda separada chamada Bitcoin Cash (BCC).
No entanto, para a surpresa de muitos, os desenvolvedores do BitcoinABC anunciaram sua intenção de lançar o protocolo em 1.º de agosto, ou seja, no mesmo dia em que a ativação UASF deve ocorrer.
Em primeiro lugar, é um fork da rede do Bitcoin atual, que, embora preserve o histórico de registros anterior, é incompatível com as soluções descritas nas propostas do SegWit2x e UASF. No entanto, a probabilidade de sua implementação, de acordo com muitos representantes da indústria, é estimada em quase 99%.
A seção de FAQ no site do projeto diz:
– A Bitcoin Cash é diferente do Bitcoin?
– Sim. A Bitcoin Cash é a continuação do projeto Bitcoin como uma moeda digital peer-to-peer. Este é o fork da rede do Bitcoin com regras de consenso atualizadas, graças ao qual é possível o seu maior crescimento e escala.
O fork do Bitcoin Cash significa que se um usuário tiver certo número de Bitcoins a partir de 06:20 horas de Brasília em 1º de agosto de 2017, quando a ativação de um novo client é esperado, ele terá o mesmo número de moedas BCC.
Sim. Mas sob uma condição – o usuário deve controlar pessoalmente as chaves privadas de sua carteira. Se os fundos estiverem armazenados em um provedor externo (por exemplo, na corretora ou em uma das carteiras online), existe uma grande probabilidade de o usuário não poder receber as moedas BCC que são dele. Por exemplo, a popular carteira da Coinbase já afirmou que não suportará o Bitcoin Cash, pois é incompatível com a versão atual do Bitcoin.
Uma série de corretoras e carteiras declararam estar prontas para distribuir BCC entre os usuários, mas não há certeza de que tecnicamente estejam prontas para fazer isso.
Todos os hashs correm o risco de ataques de repetição e ataques de eliminação. De acordo com os desenvolvedores do Bitcoin Cash, a proteção contra ataques de repetição já está incorporada no novo software. Quanto ao risco de um ataque de apagamento, esse pode revelar-se insignificante, uma vez que é uma blockchain absolutamente nova.
Primeiro, o Bitcoin Cash oferece um tamanho de bloco significativamente maior – 8Mb versus 1MB da versão atual do Bitcoin. O tamanho do bloco no Bitcoin Cash é assumido como configurável conforme necessário.
Em segundo lugar, como já mencionado, o novo software possui um mecanismo interno para proteger contra ataques (embora essa declaração seja questionada por vários desenvolvedores de Bitcoin, e mesmo posta em duvida), bem como uma estrutura ligeiramente diferente de assinaturas de transações.
Em terceiro lugar, a Bitcoin Cash promete um recálculo de complexidade mais rápido do que a versão atual do Bitcoin (2016 blocos).
Esta é a pergunta mais difícil de responder nessa fase. De acordo com uma parte da comunidade, o fork Bitcoin Cash não é nada além de uma nova Altcoin, que terá sua própria blockchain e seu próprio ticker BCC, e não BTC.
No entanto, há dúvidas sobre quais pools seguirão o BCC, qual será seu poder de hash. E se esse poder for maior que a versão atual do Bitcoin? Quais serão os volumes das duas cadeias e como será a relação de preço das duas moedas?
Finalmente, como o lançamento do Bitcoin Cash pode afetar a segunda parte do Segwit2x, ou seja, para aumentar o tamanho do bloco para 2MB e qual circuito será selecionado por projetos executados em cima da blockchain do Bitcoin (CounterParty, Omni, etc.)?
Faz sentido esclarecer com seus provedores como eles estão se preparando para um possível hard fork, caso contrário, a melhor solução será retirar fundos para uma carteira, na qual se tenha controle das chaves privadas. Nesse caso, após o início do hard fork e o surgimento das moedas novas, o usuário terá a oportunidade de realizar as ações necessárias e obter moedas em ambas as cadeias.
Embora não existam tantas informações disponíveis, a partir de 26 de julho, os serviços abaixo já disseram que suportarão tanto a versão tradicional quanto o BCC:
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.
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Olá, me ajude para ver se entendi bem...
O melhor a se fazer neste momento é colocar os BTCs em cold storage em uma das empresas que tu citou, como Okcoin ou ViaBTC?
Desta forma após o hard fork eu terei a mesma quantidade de BTCs e BCCs, isso mesmo? "Duplicando" minhas moedas.
Corrija-me se eu estiver errado.
Agradeço desde já.
Jonas M.
Oi Jonas,
de acordo com os comunicados oficiais, sim, é exatamente isso. Contudo, aconselho que você coloque seus BTC em uma carteira, como a Electrum, onde possa pegar as chaves privadas e sua seed. Desta maneira, quando o fork ocorrer, você pode importá-la para qualquer outra que suporte BCC e movimentar as moedas existentes nas duas redes.
Tem o link dela no site bitcoin.org.
Obrigado pela resposta Thiago.
Eu optei pelo site ViaBTC, não sei o quão seguro minhas moedas estão lá. Neste site há uma opção de trocar seus BTCs por BTC_Frozen2 e BCC, no qual após o Hard Fork a quantidade de BTC_Frozen2 se tornará BTC. Pelo que entendi é a mesma coisa que se eu deixar na carteira Electrum.
A empresa diz que decidirá quando poderá ser feita as retiradas de BCCs, não espeicifica uma data ainda. Este é o diferencial da carteira Electrum, já poderei tirar minhas moedas logo após o hard fork?
Agradeço desde já.
Jonas M.
Exatamente Jonas, quando você controla a Seed e a Private Key, o endereço de Bitcoin realmente é seu e você decide o que fazer com ele.
esta carteira também suporta
Bitcoin Wallet By Bitcoin.com
o que você acha disto ? https://twitter.com/rogerkver/status/891018173624967168
Oi Andre, sim, a do Bitcoin.com suporta sim uma vez que eles são 100% pró BCC. Quanto ao tweet do Roger Ver, ele está oferecendo US$ 10 mil pra quem conseguir ajustar a carteira deles para aceitar BCC e outros ajustes.