Uma das maiores corretora de Bitcoins da América Latina, a argentina Ripio, enviou e-mail a seus clientes brasileiros informando sobre a suspenção de depósitos em real. Nesse informe lê-se:
“Informamos que, devido a uma decisão do nosso banco no Brasil, as operações bancárias na Ripio (depósitos e saques) serão momentaneamente suspensas. Pedimos a nossos usuários que não realizem depósitos ou saques em Reais até novo aviso. Os serviços para enviar/receber e comprar Bitcoins com seu saldo não serão afetados. Pedimos desculpas pelos inconvenientes ocasionados. Já estamos trabalhando para restabelecer o serviço nas próximas semanas. Em caso de dúvida, por favor nos escreva”.
Turbulência internacional de remessas
Não é exclusividade do Brasil esse tipo de problema. De fato, outras corretoras, e até mesmo uma moeda virtual, enfrentam os mesmos problemas que a Ripio.
Apesar de não sabermos ao certo quais são as circunstâncias que levaram ao banco correspondente da Ripio a suspenderem as remessas, não seria nenhuma surpresa saber que isso acontece sem nenhuma explicação plausível oferecida pelos bancos que recusam seus serviços.
Apenas nesse mês de abril, a Bitfinex e a OKCoin, além da substituta virtual do dólar, o Tether, tiveram problemas com seus bancos correspondentes e com a Wells Fargo, que não estão mais repassando os envios de seus clientes.
Perspectiva futura
Enquanto seja um belo incômodo para qualquer um que deseje retirar fundos em moeda corrente dessas corretoras, vale a pena ver a coisa de mais de um ponto de vista. Se prestarmos atenção às consequências em longo prazo, veremos também um lado positivo para esse problema.
Seja em pouco ou em um prazo considerável, essas corretoras vão conseguir reativar os canais de liquidação em moeda fiduciária e/ou arrumar outros que possam fazer essa tarefa de maneira mais tranquila, sem decisões arbitrárias.
Assim como nós não retornamos aos restaurantes onde não fomos bem atendidos, as bolsas afetadas provavelmente também farão isso caso a resolução final não as deixe plenamente satisfeitas. Nesses momentos temos de respirar fundo e deixar o livre mercado agir.
Por mais que a Wells Fargo e os bancos correspondentes do Brasil, no caso da Ripio, decidam por não aceitar negócios das corretoras, certamente surgirão outros que o farão, provavelmente mais rápido e com taxas melhores tanto para as corretoras quanto para seus usuários.
A única coisa que desejamos quanto a Ripio, é que esse atraso em suas operações não a faça sair do Brasil, pois aqui, a terra do monopólio e cartéis, precisamos encarecidamente de concorrência para manter o mercado saudável. Sinceramente, esperamos que a empresa consiga resolver seus problemas e continue seus trabalhos com força total aqui no Brasil em breve.
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.