Na principal rede do Bitcoin, foram iniciados os testes da tecnologia Submarine Swaps, que permite transações entre os endereços on-chain e a rede Lightning Network. Isto foi relatado pela Bitcoin Magazine.
Como se sabe, para fazer pagamentos na rede Lightning Network (o protocolo da segunda camada para transações instantâneas e baratas) os usuários precisam primeiro preencher os canais Lightning. Esse processo, no entanto, separa os usuários da rede principal do Bitcoin daqueles que usam a LN, já que até agora, os pagamentos diretos entre a rede principal e o LN eram impossíveis.
Este problema é resolvido pela tecnologia Submarine Swaps, que proporciona transações sem a necessidade de confiança entre endereços Lightning e endereços na rede principal do Bitcoin em ambas as direções. O trabalho é conduzido pelo desenvolvedor Alex Bosworth.
I added support for creating, updating, and signing to my node.js PSBT BIP 174 implementation and it now passes every test vector listed in the BIP. https://t.co/V4prukxH04
BIP 174 is designed for multi-sig but I hope to extend the format with new keys to support HTLC style PSBTs— Alex Bosworth ☇ (@alexbosworth) 29 de agosto de 2018
Utilizando as mesmas técnicas criptográficas empregadas na Lightning Network, a tecnologia Submarine Swaps assume que existe um intermediário confiável ligando o canal Lightning à rede principal. Geralmente, este intermediário é um software especial, um provedor de troca, responsável pela conclusão bem-sucedida da transação.
Por exemplo, se um usuário da Lightning Network quiser enviar fundos para a carteira da rede principal, o intermediário poderá transferi-los para sua própria carteira, mas isso só acontecerá se ele enviar uma transação com o mesmo valor para a carteira on-chain especificada. Exatamente o mesmo processo funciona ao enviar fundos da rede principal para uma carteira Lightning.
“Isso pode ser usado para muitos propósitos. Suponha que a corretora queira pagar uma fatura Lightning, mas não tem fundos no canal Lightning ou uma carteira necessária. Nesse caso, ela pode pedir ajuda de alguém que tenha tudo o que precisa, e esse assistente receberá fundos para sua carteira on-chain”, explicou Alex Bosworth.
Ele também acredita que, no futuro, essa função pode ser integrada em carteiras, permitindo que os usuários da rede principal “que nem sequer conhecem o protocolo Lightning” realizem transações com qualquer usuário.
É curioso que a mesma pessoa possa ser o usuário e o provedor de troca.
“Nesse aspecto, o sistema é bem flexível. O provedor da troca pode ser um terceiro, mas o próprio usuário pode atuar como provedor também”, afirmou o desenvolvedor.
Bosworth acredita também que a recompensa por transações será incentivo suficiente para convencer os usuários a colocarem seus Bitcoins no trabalho, o que, por sua vez, ajudará a garantir liquidez suficiente.
“Esta é uma operação de baixo risco. Eu posso deixar minhas moedas na carteira, ou posso usá-las para ajudar nas trocas e receber lucro”, acrescentou ele.
O conceito de tecnologia foi inicialmente proposto pelo CTO da Lightning Labs, Olaoluwa Osuntokun, mas Alex Bosworth chegou à mesma ideia de forma independente.
i call these “submarine swaps” ⚓🤣
if you take a look at the `contractResolver` struct in #lnd it’s pretty straight forward to add an RPC to create an outgoing contest that’ll automatically allow the receiver to fully resolve atomically
— Olaoluwa Osuntokun (@roasbeef) 16 de fevereiro de 2018
Segundo ele, a tecnologia está em seu estágio inicial, mas já está sendo testada na principal rede do Bitcoin. Ele convida todos a participar.
Enquanto isso, já existem os primeiros exemplos de transações bem-sucedidas com a ajuda de Submarine Swaps. Em particular, isso foi relatado por um dos primeiros seguidores do Bitcoin e investidor, Dennis Porto, que comprou adesivos na loja da Blockstream e pixels no site Satoshi’s Place usando sua carteira on-chain.
Lembramos que no início desta semana, o desenvolvedor e criador do projeto Bitrated, Nadav Ivgi, apresentou Spark, uma minimalista interface gráfica de usuário (GUI). Como back-end, a Spark usa a solução c-lightning, implementação do protocolo Lightning Network da Blockstream.
Também neste verão, no repositório oficial do Bitcoin, surgiu uma nova proposta para melhorar a rede, a BIP-174, que descreve o suporte a transações off-line.
Chrys é fundadora e escritora ativa do BTCSoul. Desde que ouviu falar sobre Bitcoin e criptomoedas ela não parou mais de descobrir novidades. Atualmente ela se dedica para trazer o melhor conteúdo sobre as tecnologias disruptivas para o website.